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    Projeto vencedor do Top Educacional transforma vida de futuros profissionais de saúde por meio da arte

    narizes plantao 01Mauro Fantini - Foto: Narizes de Plantão - Divulgação

    “Ser palhaço vai muito além de ser engraçado e contar piadas, ser palhaço é escutar o outro, ser parceiro, construir algo junto. E isso é essencial para quem atua ou pretende atuar como um profissional da saúde”, a afirmação é de Mauro Fantini Nogueira Martins, fundador e coordenador do Narizes de Plantão.

    Ganhador da 23ª edição do Prêmio Top Educacional Professor Mario Palmério, o projeto é desenvolvido por alunos do Centro Universitário São Camilo/SP da área da saúde, que um dia serão enfermeiros, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e biomédicos. Os participantes usam a pesquisa sobre a arte do palhaço para modificar o ambiente hospitalar, bem como as percepções dos estudantes sobre as relações humanas.

    O professor Martins, que já trabalhava como palhaço voluntário em ONGs, encontrou na instituição um grupo de alunos que estava inquieto e inconformado. Eles gostavam do curso, mas sentiam que precisavam de algo a mais, que expandisse os horizontes. Foi aí que, em 2010, nasceu o Narizes de Plantão.

    “Marcamos duas datas, solicitamos uma sala da faculdade e ficamos cerca de quatro horas fazendo jogos e oficinas. O pessoal gostou, então pensamos: vamos fazer mais uma?  E assim foi indo até que tomou forma e achamos que poderíamos usar aquilo para visitar os hospitais. Conversamos com a coordenação da faculdade e propusemos como extensão. Hoje o ‘Narizes’, como é chamado, é um projeto oficial da instituição”, conta Martins.

    Transformação de vidas
    Existem diversas iniciativas semelhantes no Brasil e no mundo, porém, para os 'Narizes' tão importante, ou até mais, do que o impacto causado na vida dos pacientes, é a mudança que acontece nos alunos que estudam o palhaço.

    A linguagem artística utilizada faz com que o aluno entre o contato com ele mesmo e consiga entender seus pontos fortes e fracos, como ele se relaciona com as pessoas, é um processo de autoconhecimento. Segundo o coordenador do projeto, muitos alunos relatam que nunca tinham se sentido pertencentes a um grupo, seja de amigos, faculdade ou escola, mas no 'Narizes' eles se sentem pertencentes.

    “Temos alunos que, a partir desses aprendizados, conversam melhor com a mãe pois aprendem a escutar mais. O palhaço é um ser que escuta o outro e quer saber o que o outro tem a dizer”, afirma Martins. “Tem aluno que gosta tanto do 'Narizes' que quando se forma e precisa sair do grupo, inicia algum curso de pós-graduação na instituição para continuar atuando conosco”, acrescenta.

    foto2materianarizes09072018Foto: Narizes de Plantão - Divulgação

    Além disso, a transformação chega nos atendimentos médicos, pois eles aprendem a como brincar com o paciente, a admitir os próprios erros e, com isso, ganham confiança para só então propor um determinado tratamento.

    Camila Frizzo, fisioterapeuta que integrou o ‘Narizes’ em 2017, contou em seu depoimento para o relato de atividades anual do projeto que, quando entrou para o grupo, imaginava algo completamente diferente do que encontrou. “A minha ideia inicial era bem sem graça e sem propósito. Temos muitos treinamentos, que para muitos pode parecer bem sem sentido, às vezes é mesmo, mas uma coisa que aprendi é: o palhaço dá o sentido próprio para as coisas. Como foi bom viver cada oficina, e receber o Nariz vermelho, meu Deus, aquela coisinha tão pequenininha tem um poder tão forte. Ele transforma, dá vida, quebra barreiras, nos faz dar valor para coisas simples”, explica. “O mais legal de tudo isso que vivi é entender a magnitude da simplicidade que é ser palhaço”.

    Top Educacional
    A disputa foi acirrada, mais de 130 projetos foram inscritos na 23ª edição do Prêmio Top Educacional. Para Martins, esse reconhecimento é de extrema relevância pois, segundo ele, as pessoas veem o nome, uma foto ou um texto rápido sobre a iniciativa e têm a sensação de que se trata apenas de um grupo de palhaços, que visitam hospitais e fazem um trabalho bonito, voluntário, com caridade e generosidade. O que não deixa de ser verdade, mas, diferente da maioria, eles possuem como propósito a linha educacional de impactar o aluno, o futuro profissional da saúde.

    “Por isso nós recebermos esse Prêmio é tão importante, nos dá mais ânimo para continuar nessa missão e ajuda a divulgar nossa iniciativa e a crença de que a arte pode ser uma ferramenta útil na educação de futuros nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biomédicos, e assim por diante. Se tem uma palavra de que eu gostei muito dentro do Prêmio é a palavra Educacional, o ‘Narizes’ é uma iniciativa educacional”.

    foto3materianarizes09072018Foto: Narizes de Plantão - Divulgação

    Futuro
    Depois de conhecer o projeto, é comum perguntarem ao grupo quais os planos futuros de expansão. A resposta, assim como a iniciativa, é inspiradora e vai ao encontro do objetivo: eles, por enquanto, não querem levar o atendimento para outros locais, ou fundar mais grupos, o desejo é aprofundar as ações e torna-las cada vez mais intensas e transformadoras.

    “Nós temos um desejo de expandir não para os lados, mas expandir em profundidade. Queremos continuar fazendo a mesma quantidade de visitas, mas de um jeito melhor, com mais treinamento, com melhores discussões, para que cada aluno dentro do 'Narizes' seja mais impactado e consiga ter melhores relações com seus pacientes e colegas de trabalho no futuro. Nosso intuito nos próximos anos é crescer verticalmente e fazer melhor o que já fazemos hoje”, finaliza o fundador e coordenador da iniciativa.

    Números
    De 2010 a 2017, 163 alunos foram treinados em 204 oficinas artísticas. Ao todo, 478 visitas a hospitais foram realizadas, contabilizando mais de 44 mil encontros com pacientes, acompanhantes e funcionários.

    O grupo visita semanalmente dois hospitais de São Paulo/SP, o Hospital São Camilo e o Hospital da Criança (São Luiz). Cada visita dura em torno de 3 horas e é realizada por dois, três ou quatro palhaços.